Da Luta à Esperança: Histórias de Sobreviventes de Suicídio que Encontraram Luz na Escuridão

Histórias de Sobreviventes de Suicídio

Histórias de Sobreviventes de Suicídio existem, são reais. De fato, a vida pode ser um caminho sinuoso e desafiador, repleto de altos e baixos que muitas vezes nos levam a lugares sombrios e desconhecidos. Às vezes, a escuridão parece envolver nossos corações de tal forma que nos sentimos perdidos, sem esperança e até mesmo sem saída. Nesses momentos, é crucial lembrar que a esperança ainda pode ser encontrada, mesmo nos momentos mais sombrios. Neste artigo, exploraremos histórias de pacientes da nossa clínica, (preservando o sigilo) que enfrentaram ideações e tentativas de suicídio.

1. Joana: A Jornada de Aceitação e Cura

Joana, uma mulher de aproximadamente 30 anos. Aparentava ser feliz, no entanto, por trás do seu sorriso ela escondia uma luta silenciosa contra a depressão. A pressão dos padrões sociais e o medo de decepcionar sua família a levaram a uma tentativa de suicídio.

Felizmente, Joana foi encaminhada para um para nossa clínica, Espaço Terapêutico NOSCO. Ao longo da terapia ela aprendeu a regular suas emoções, praticando a ação oposta, identificar pensamentos automáticos e modificá-los. Além disso ela passou por um tratamento padronizado para depressão, a ativação comportamental somada das técnicas da terapia cognitiva. 

A jornada de Joana foi longa e desafiadora, mas ela finalmente encontrou um caminho para fora da depressão e para uma vida que faz sentido. 

2. Marcos: Descobrindo a Importância da Comunicação

Marcos, que trabalhava na área de segurança e tinha em torno de 40 anos experimentou uma série de perdas pessoais (fim de relacionamento, por exemplo) e profissionais que o deixaram profundamente desesperançado. Sentindo-se sobrecarregado pela tristeza e pela solidão, ele tentou tirar a própria vida.

Após sua tentativa de suicídio, Marcos foi internado em uma clínica de saúde mental, onde começou a ser atendido por um psicólogo. Durante suas sessões de terapia, ele descobriu a importância de abrir-se sobre seus sentimentos e preocupações. Ele também aprendeu a reconhecer pensamentos autodestrutivos e a substituí-los por pensamentos mais positivos.

Além disso, Marcos se beneficiou do apoio de sua família e amigos, que estiveram ao seu lado durante sua jornada de recuperação. Ele retornou ao trabalho e não possui mais pensamentos de suicídio.

3. Cátia: regulando as emoções

Cátia, uma adolescente de 15 anos que morava com os familiares, enfrentou um trauma sexual que a deixou emocionalmente devastada. Incapaz de lidar com a dor, ela se automutilava diariamente e tentou o suicídio como uma forma de escapar do sofrimento insuportável. Porém, a família percebeu o que estava acontecendo e levou em um psiquiatra que indicou o trabalho da terapia comportamental dialética (DBT) para adolescente. 

O processo de psicoterapia levou um tempo para surtir efeito e a parte medicamentosa foi fundamental para ela superar esse momento de vida. Com as habilidades de tolerância ao mal estar e regulação emocional ela conseguiu ter uma vida que vale a pena ser vivida. 

Hoje a Cátia está terminando o ensino médio e não tem automutilação e ideação suicida a mais de um ano. 

4. Rafael: regulando o humor

Rafael, homem de 23 anos com mudança de humor rápida chega para terapia depois de uma amiga insistir muito em ele procurar ajuda, visto que ele tinha sido atropelado recentemente por não ter olhado para os dois lados da rua, o que configuraria uma tentativa de suicídio passiva. 

A primeira etapa do tratamento do Rafael foi um primeiro encontro para avaliação da demanda principal e objetivos secundários. No final dessa avaliação enviamos alguns formulários para o paciente responder e surgiu a hipótese de Transtorno Bipolar do tipo 1. Na sequência foi conduzida uma entrevista diagnóstica com um dos membros da nossa equipe que descartou outros diagnósticos e confirmou o quadro de bipolaridade. 

O tratamento do Rafael passou a ser a combinação entre psicoterapia e farmacoterapia. Então, as oscilações de humor, depois de um tempo, reduziram significativamente e o Rafael aprendeu a identificar seus padrões de comportamento que o colocavam em risco. 

5. Ana: deixou de ser refém dos pensamentos. 

Ana, mulher de 45 anos que trabalha na área do direito penal, sempre lutou com a ansiedade e a depressão, além disso tinha pensamentos que ela catalogava como insuportáveis e os mantinha escondido de qualquer pessoa, inclusive dos antigos psicólogos com quem ela se consultou ao longo da vida. Um dia, no meio de uma crise de pânico, ela não conseguiu mais suportar a dor e tentou o suicídio.

Após sua tentativa de suicídio, Ana procurou no google sobre pensamentos repugnantes e encontrou um vídeo falando sobre TOC de conteúdo sexual.

Ela marcou um primeiro encontro com o Richard e fez uma terapia mais longa com a diferença de que se sentiu compreendida e pode falar sobre seu TOC de conteúdo pedofílico e como isso a assustava. O tratamento envolveu as técnicas para TOC, o tratamento base para depressão e suicídio, além da Terapia de Aceitação e Compromisso

Ela nunca mais teve tentativas de suicídio e o TOC regrediu. Portanto, ela voltou a ter controle sobre seus pensamentos. 

Encontrando Luz na Escuridão

As histórias de Joana, Marcos, Cária , Rafael e Ana são testemunhos poderosos de que a recuperação da tentativa de suicídio é possível. Com a ajuda de tratamento psicológico, apoio de amigos e familiares, e a vontade de enfrentar suas emoções, esses sobreviventes encontraram luz na escuridão.

É importante lembrar que a saúde mental é uma parte fundamental da nossa saúde geral, e buscar ajuda é um sinal de força, não de fraqueza. Se você ou alguém que você conhece estiver lutando com pensamentos suicidas, não hesite em buscar ajuda profissional. Há esperança e ajuda disponíveis, e a jornada da recuperação começa com o primeiro passo em direção à luz.

Lembrando as palavras de Joana, “a vida pode ser difícil, mas é preciosa”. Cada história de recuperação é um lembrete de que a esperança sempre brilha, mesmo nas horas mais sombrias.

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