A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem psicoterapêutica que se baseia no princípio de que nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos estão interligados e que a mudança em um pode levar a mudanças nos outros. Desenvolvida na década de 1960 por Aaron Beck, a TCC é amplamente utilizada no tratamento de uma variedade de transtornos mentais, incluindo depressão, ansiedade, transtornos alimentares, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) (Reyes & Fermann, 2017,Cordioli, 2008)

A TCC se distingue por ser uma terapia orientada para objetivos e focada no presente, com ênfase em resolver problemas atuais e modificar padrões de pensamento disfuncionais. Um dos métodos mais comuns usados na TCC é a reestruturação cognitiva, que envolve identificar e desafiar pensamentos negativos ou distorcidos e substituí-los por pensamentos mais realistas e positivos (Beck, 2013). Se temos pensamentos negativos ou distorcidos sobre nós mesmos ou sobre o mundo ao nosso redor, isso pode levar a sentimentos negativos e a comportamentos prejudiciais. Por exemplo, se alguém acredita que “nunca faz nada certo”, pode se sentir desanimado e, como resultado, evitar situações em que possa falhar.

Além disso, a TCC incorpora técnicas comportamentais, como a exposição gradual a situações temidas, treinamento em habilidades sociais e a prática de atividades agradáveis para melhorar o humor e a qualidade de vida do paciente. Outro aspecto importante da TCC é a sua ênfase na prática e no desenvolvimento de habilidades. Em sessões de TCC, os pacientes aprendem várias técnicas e estratégias para lidar com seus problemas. Por exemplo, alguém com ansiedade pode aprender técnicas de relaxamento, habilidades de resolução de problemas e estratégias de exposição gradual para enfrentar medos

A eficácia da TCC é amplamente respaldada por evidências científicas. Estudos controlados e randomizados, considerados o padrão-ouro em pesquisa clínica, demonstraram consistentemente que a TCC é eficaz no tratamento de muitos transtornos mentais. A TCC tem sido mostrada como eficaz na prevenção de recaídas em depressão, com pacientes tratados com TCC apresentando menores taxas de recaída em comparação com aqueles tratados apenas com medicação.

Além de sua eficácia, a TCC é valorizada por ser uma terapia estruturada e de curto prazo comparada com outros modelos teóricos. Isso a torna uma opção atraente tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde mental, especialmente porque não podemos esperar um tempo longo para interromper o sofrimento que te fez buscar terapia. 

A TCC também tem sido adaptada e aplicada com sucesso em populações diversas e para problemas variados, incluindo manejo de dor crônica, insônia e até mesmo questões de saúde física como doenças cardíacas. A flexibilidade e a base sólida de evidências tornam a TCC uma ferramenta essencial na psicoterapia contemporânea, com um impacto positivo comprovado na vida de muitos indivíduos ao redor do mundo.

Assim, a TCC é eficaz porque aborda diretamente os pensamentos disfuncionais, é orientada para objetivos, envolve a prática ativa de novas habilidades e é apoiada por evidências científicas robustas. Ao ajudar as pessoas a mudar a maneira como pensam, sentem e se comportam, a TCC oferece uma abordagem prática e completa para a saúde mental.

Referências:

• • Beck, J. S. (2013). Terapia cognitivo-comportamental. Artmed Editora.

• • Reyes, A. N., & Fermann, I. L. (2017). Eficácia da terapia cognitivo-comportamental no transtorno de ansiedade generalizada. Revista brasileira de terapias cognitivas, 13(1), 49-54.

• • Cordioli, A. V. (2008). A terapia cognitivo-comportamental no transtorno obsessivo-compulsivo. Brazilian Journal of Psychiatry, 30, s65-s72.