Desmistificando o Setembro Amarelo: Conversas Necessárias sobre Prevenção ao Suicídio.

Desmistificando o Setembro Amarelo

O suicídio é um problema de saúde pública global que afeta pessoas de todas as idades, gêneros, raças e etnias. O Setembro Amarelo é uma campanha global que busca conscientizar sobre a importância de discutir abertamente o tema do suicídio, desmistificando tabus e oferecendo ajuda às pessoas que precisam.

Esse movimento surgiu a partir do suicídio de um menino de 17 anos em 1994 nos Estados Unidos. Ele tinha um Mustang 68 amarelo e no dia de seu velório, seus pais e amigos distribuíram cartões com frases de apoio amarrados em fitas amarelas. No entanto, no Brasil, essa campanha foi criada apenas em 2015 pelo Centro de Valorização à Vida, Conselho Federal de Medicina e Associação Brasileira de Psiquiatria.

Falar sobre suicídio ainda é um desafio em muitas culturas e é aqui que a relevância do Setembro Amarelo se destaca. Dessa forma, a conversa aberta é essencial para entendermos os sinais, oferecermos ajuda e eliminarmos o estigma que cerca essa questão. Muitas vezes, as pessoas que estão enfrentando pensamentos suicidas sentem-se isoladas e incompreendidas. Iniciar um diálogo empático pode fazer uma diferença significativa ao mostrar que elas não estão sozinhas e que existe suporte disponível.

Compreender os fatores de risco e os sinais de alerta é fundamental para a prevenção do suicídio. Alguns fatores de risco incluem: 

  • Transtornos mentais; 
  • Histórico familiar de suicídio; 
  • Isolamento social;
  • Acesso a meios letais; 
  • Ter tentado suicidio previamente
  • Entre outros. 

É importante notar que a presença desses fatores não significa que alguém definitivamente irá cometer suicídio, mas sim que podem estar em maior vulnerabilidade. Sinais de alerta como expressões de desesperança, despedidas emocionais, mudanças drásticas de comportamento, bem como, o aumento do consumo de álcool ou drogas devem ser levados a sério e abordados de maneira sensível.

A prevenção ao suicídio envolve diversos níveis de intervenção, desde o apoio individual até políticas públicas abrangentes. Aqui estão algumas estratégias-chave:

  • Conscientização e Educação: Campanhas de conscientização, como o Setembro Amarelo, desempenham um papel crucial na disseminação de informações precisas sobre prevenção ao suicídio. Nesse sentido, a educação é um passo vital para capacitar as pessoas a reconhecerem os sinais de alerta e a saberem como agir.
  • Acesso a Serviços de Saúde Mental: Garantir que os serviços de saúde mental sejam acessíveis e livres de estigma é fundamental. Muitas vezes, aqueles que precisam de ajuda não a buscam devido ao medo do julgamento. Ou seja, normalizar o cuidado com a saúde mental é uma peça-chave para reverter essa situação.
  • Fortalecimento dos Relacionamentos Sociais: O apoio emocional proveniente de amigos, familiares e comunidade é inestimável na prevenção. Fortalecer laços sociais pode reduzir o isolamento e oferecer uma rede de suporte para quem está passando por momentos difíceis.
  • Identificação e Intervenção Precoces: Capacitar indivíduos a reconhecerem os sinais de alerta e a intervirem precocemente pode salvar vidas. Isso envolve ouvir atentamente, oferecer apoio e encaminhar a pessoa para ajuda profissional quando necessário.
  • Políticas de Saúde Mental: Governos e instituições devem adotar políticas que priorizem a saúde mental. Isso inclui investir em recursos de saúde mental, reduzir barreiras financeiras ao tratamento e promover ambientes de trabalho e estudo saudáveis.

O Setembro Amarelo é um chamado para uma conversa aberta, sensível e compassiva sobre um tema muitas vezes cercado por tabus. Prevenir o suicídio requer o envolvimento de todos nós, desde amigos e familiares até profissionais de saúde e tomadores de decisão. Ao desmistificar o Setembro Amarelo, reconhecemos que a prevenção ao suicídio começa com a empatia, a compreensão e a vontade de estender a mão a quem precisa. Portanto, neste mês e além, lembremos que o amarelo é mais do que uma cor – é um lembrete de esperança, apoio e, acima de tudo, vida.

As seguintes terapias são recomendadas para a prevenção ao suicídio:

  1. Terapia cognitivo-comportamental (TCC): A TCC é uma terapia que ajuda as pessoas a identificar e mudar pensamentos e comportamentos negativos. Em síntese, a TCC é eficaz no tratamento de vários transtornos mentais, incluindo a depressão e o transtorno bipolar.
  1. Terapia de aceitação e compromisso (ACT): A ACT é uma terapia que ajuda as pessoas a aceitar seus pensamentos e sentimentos negativos e se concentrarem em comportamentos que promovem o bem-estar. Em outras palavras, a ACT é eficaz no tratamento de pessoas com depressão e transtorno bipolar que também têm dificuldades em aceitar seus pensamentos e sentimentos negativos.
  1. Terapia de grupo para prevenção ao suicídio: A terapia de grupo para prevenção ao suicídio é uma intervenção eficaz que ajuda as pessoas a aprender sobre o suicídio e a desenvolver estratégias de enfrentamento. Um exemplo disso é o grupo de habilidades em DBT (Dialectical Behavior Therapy) que envolve uma forma estruturada de terapia em grupo e tem como objetivo ensinar indivíduos a desenvolverem habilidades de regulação emocional, assim como, resolução de conflitos e comunicação eficaz para lidar melhor com situações desafiadoras em suas vidas. 

Lembre-se que toda emoção passa. Você não sentirá isso para o resto da sua vida! Nós sabemos que está difícil agora e podemos te ajudar a criar uma vida que vale a pena ser vivida.

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